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História do Futebol de Mesa

 História do Esporte

Futebol de Mesa o antigo jogo de botão é hoje um esporte de alto rendimento reconhecido pelo Ministério dos Esportes e por uma legião de praticantes no Brasil e no exterior, porem não se sabe com certeza, onde e como surgiu o “jogo de botões”, aquilo que se tornaria o esporte difundido e amado por praticantes e admiradores, com sua diversidade de regras e materiais, vamos tentar falar um pouco do esporte que tanto amamos.

Duas brincadeiras de criança que podem ter dado origem ao esporte tambem:

O jogo da pulga, muito praticado na Europa, principalmente na Inglaterra que, consistia em pressionar uma ficha com outra fazendo com que esta saltasse para um determinado alvo, o gol, que seria um recipiente feito de vidro, madeira, plástico ou até papelão, sobre uma superfície lisa coberta por um tecido. Este jogo foi destaque no livro “Os Melhores Jogos do Mundo” da editora Abril. Veja abaixo uma breve descrição extraída do referido livro:

“Este jogo de destreza é muito popular em vários países da Europa e nos Estados Unidos, tanto entre as crianças como entre os adultos. Na Inglaterra, por exemplo, existem vários clubes e associações que se destinam exclusivamente à sua prática. Um dos maiores jogadores do país é o Príncipe Charles. A semelhança estaria no fato de que essa ficha pressionada por outra, seria o botão pressionado pela palheta, com a diferença que no jogo da pulga a ficha salta em direção ao alvo, e no futebol de mesa, o botão desliza sobre a mesa para acertar a bola e fazer com que esta, sim, vá até o seu destino que seria a baliza, tendo ainda que transpor uma barreira que é o goleiro.”

A outra hipótese, é que poderia ser derivado de um jogo com três tampinhas de garrafa, no qual com o dedo da mão fazia-se com que esta tampinha passasse entre duas outras, por três vezes, sem esbarrar nas demais até chegar ao seu alvo, que seria o gol.

A explicação para este jogo evoluir até o futebol de mesa seria que ao invés de empurrar a tampa com o dedo, passou-se a usar uma outra tampa, que seria a palheta, e no lugar da primeira tampa, o botão. E a exemplo do jogo da pulga, onde a ficha saltava para o gol, nesse jogo a tampa seria também impulsionada para o gol. Diferentemente do futebol de mesa, o botão atinge a bola para que esta chegue ao gol.

Mas o futebol, esporte mais popular do mundo, é quem foi o grande inspirador para a criação do futebol de mesa. Botões de qualquer tipo de roupa, casacos e camisas, foram as primeiras peças utilizadas para se jogar, por isso o nome de futebol de botão. Botões maiores se transformavam nos “zagueiros” e menores viravam “atacantes”, fazendo uma analogia com o futebol.

Jogava-se inicialmente nas calçadas que passaram a ser os campos, riscava-se com giz o desenho do campo, porém não deslizavam muito bem e posteriormente passou a se jogar em pisos de cerâmica ou mármore até chegarmos às mesas de jantar, que eram grandes e não precisava se jogar agachado no chão.

Geraldo Cardoso Décourt é um dos grandes precursores do que nós conhecemos hoje como futebol de mesa no Brasil; por volta de 1928, Décourt denominou de Celotex, que era o material usado para a confecção dos botões, ao jogo, que ali tinha o seu início enquanto esporte, inclusive com o lançamento do primeiro livro de regras.

A regra de futebol de mesa escrita por Geraldo Cardoso Décourt:

Vale salientar que ela não é mais utilizada, ela foi inclusive aprimorada e foi fundamental para o esporte. Ela foi noticiada pelo jornal A Noite Esportiva em 1930 em uma reportagem sobre o celotex:

“ O Football Celotex é um sport de mesa, no qual, em cada jogo, tomam parte dois amadores, que por sua vez representam dois teams formados por onze botões, assim distribuídos: um guardião, dois zagueiros, três médios e cinco deanteiros. Como se vê, o número de botões é idêntico ao número de players do Football Association. Para ser iniciado cada match é necessário que os vinte e dois botões estejam nas respectivas posições em mesa e, então, o desfavorecido pelo “toss” dará o “kick-off”, com o centro avante, o qual estenderá um passe para um dos lados, onde um outro botão do mesmo team impulsionará a bola, dando assim início ao jogo.

Como se vê, enquanto um segundo botão do team favorecido com a saída inicial não tocar na bola, não valerá goal. Procedida a saída, o outro amador, chamado de B, jogará com um de seus botões uma vez e assim, sucessivamente, um de cada vez até que seja registrada alguma falta. A única ocasião em que cada amador poderá jogar duas vezes seguidas é, pois, no momento da saída do centro. Depois de cada goal a bola deverá ser colocada no centro da mesa, e o team que tiver sido vasado dará a saída. No Football Celotex considera-se foul quando um botão do team A roçar noutro do team B, sem que antes tenha “tocado” na bola.

Considera-se hands(coisa raríssima) quando um botão do team A ficar sobre a bola. Neste caso, se for o guardião o infractor, proceder-se-á ordenando um “carring”, valendo goal direto. No foul e no hands valem goals directos, e se as respectivas penalidades forem consignadas dentro da área perigosa ordena-se um penalty. O “out-ball” é batido no lugar onde sair a bola, sendo que para ser valido um goal, procedente desta pena, é preciso que a bola toque em qualquer outro botão, antes de entrar na linha de goal. Nas saídas de goal ou, melhor, nos goal kicks, não será consignado o ponto proveniente da referida falta diretamente, mas sim depois que a bola tenha sido tocada propositalmente. Sempre que houver qualquer falta, os botões poderão ser removidos ou colocados pelas mãos dos patrões em lugares da mesa que este julguem convenientes. Os botões-guardiões só impulsionam a bola nos goal-kicks, e fora disso eles poderão ser colocados pelos patrões em qualquer momento da partida, mas antes que seja desferido o tiro a goal e não depois do tiro ser dado.

O tamanho oficial da mesa é de 1m,20 de largura por 2m,40 de comprimento. Essas medidas são de dentro do campo, sendo que a parte que ficar externando a marcação quanto maior for melhor será. As mesas devem ser feitas com um material americano feito das fibras do bagaço da cana-de-açúcar ou, então, de madeira coberta com um pano verde, próprio para cobrir mesas de jogo. Aconselho estes dois exemplos pelo fato de ser necessário que a superfície não seja escorregadia.”

Décourt conquistou o reconhecimento e admiração de uma legião de praticantes pela sua incansável dedicação em colocar esse esporte ao lado dos entretenimentos mais populares do Brasil. Nascido em Campinas/SP, foi pintor, escritor, compositor e ainda o inventor do futebol de botão. O dia 14 de fevereiro de 1911, dia do seu nascimento, foi oficializado pelo governador Geraldo Alckmin, em São Paulo, no ano de 2001, como o "Dia do Botonista".

Como foi segundo informou Izo Goldmann

Em 1998 o Departamento de Futebol de Mesa d’ A Hebraica encaminhou à Federação Paulista de Futebol de Mesa a sugestão para que o dia 14 de fevereiro (data de nascimento de Geraldo Decourt) fosse oficializado como “DIA DO BOTONISTA”. Em 11 de junho do mesmo ano, durante o X Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, a F.P.F.M. oficializaou a data.

Em junho de 1999, durante o XI Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa a Federação Paranaense apoiou oficialmente a idéia.

Aí começou um trabalho que envolveu o Della Torre, Dona Edda Decourt, Célia Atienza (irmã do Geraldo Atienza) e eu (Izo Goldman).

Em 2000 o Deputado Ramiro Meves apresentou o Projeto de Lei 169/2000 que instituía o “Dia do Botonista” a ser comemorado em 14 de fevereiro. Finalmente a Lei Nº 10.833 de 02 de julho de 2001 dizia:

“Institui o “Dia do Botonista”

O Governador do Estado de São Paulo

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1º - Fica instituído o “Dia do Botonista”, a ser comemorado, anualmente, no dia 14 de fevereiro.

Artigo 2º - Esta lei entra em vigor no dia de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 02 de julho de 2001.

Geraldo Alckmin

Marcos Arbaitman – Secretário de Esportes e Turismo

João Caramez - Secretário Chefe da Casa Civil

Antonio Angarita - Secretário do Governo e Gestão Estratégica.

Publicado na Assessoria Técnico-Legislativa aos 02 de julho de 2001

Décourt foi um incansável divulgador e organizador de eventos de futebol de mesa, o que propiciou o desenvolvimento do esporte, assim como sua popularização. Ao mesmo tempo Geraldo tem como grande aliado e colaborador Antonio Maria Della Torre que arregaça as mangas e trabalhando como um apaixonado pelo esporte, que era, ajuda a divulgar e fomentar o esporte pelo Brasil afora nas modalidades ja existentes sendo que na região norte e nordeste praticava-se a pastilha 1 toque tambem chamada regra baiana, ja na região sudeste e sul praticava-se a modalidade 12 toques então chamada de Regra Paulista e na região sul e sudeste praticava-se a 3 toque sou chamada regra carioca ou confederada.

Della Torre foi o grande responsável pelo reconhecimento do Futebol de Mesa como esporte pelo orgão responsável a época o CND, através da Resolução N.º 14, de 29 de setembro de 1988, acatando ao Of. N.º 542/88 e ao Processo N.º 23005.000885/87-18, baseado na Lei N.º 6.251, de 8 de outubro de 1975 e no Decreto N.º 80.228, de 25 de agosto de 1977, assinada pelo seu então Conselheiro-Presidente Manoel José Gomes Tubino, o CND (Conselho Nacional de Desportos) reconhece o Futebol de Mesa como modalidade desportiva praticada no Brasil, como uma vertente dos esportes de salão, no qual se incluem o xadrez e o bilhar, por exemplo. O Futebol de Mesa é praticado oficialmente em tres modalidades; três oficiais (Disco, Bola 12 Toques, Bola 3 Toques).

Paralelamente a esse incremento de regras e desenvolvimento de materiais cada vez mais adequados à execução do jogo, em diversas regiões do Brasil, mormente nas décadas de 1930 a 1980, várias modalidades eram praticadas, usando-se diversos tipos de botões e superfícies onde os mesmos deslizavam, desde o piso das casas, mesas de jantar, até o famoso “Estrelão”, mesa de jogo sem cavaletes, produzida pela fábrica Estrela, durante os anos 70.

Muito famosos ficaram os “botões de osso ou de paletó”, que nada mais eram que os botões retirados dos antigos ternos sociais; dentre esses, uma classe de botões conhecida como “Paulo Caminha” marcou época; depois vieram as “capas de relógios”, que nada mais eram que os “vidros” substituídos dos relógios que iam para conserto e tinham os “vidros” trocados; finalmente, na década de 1950, surgiram os botões industrializados, de plástico, com adesivos colados ao centro, contendo os escudos ou mesmo as faces dos jogadores dos times famosos do Brasil.


Fonte: http://www.futmesa.com.br/historia

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